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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

COMENTÁRIO SOBRE O DÉCIMO SEGUNDO CAPÍTULO DA REVELAÇÃO DE SÃO JOÃO (Apocalipse 12)


Notemos como é claro e evidente serem o primeiro céu e a primavera terra a Lei anterior. Pois diz que o primeiro céu e a primeira terra se foram, e não existe mais o mar. Isto é, a terra é o lugar do juízo e, nesta terra do juízo, não há mar, o que significa que os ensinamentos e a Lei de Deus se espalharão completamente sobre a terra e todos os homens entrarão na Causa de Deus, e o mundo inteiro será habitado por aqueles que crêem, não mais havendo mar porque a morada do homem é a terra firme. Em outras palavras, neste tempo, o campo da Lei será para o prazer do homem. Tal terra é sólida – nela os pés não escorregam.

A Lei de Deus é descrita também como a Cidade Santa, a Nova Jerusalém. Evidentemente, a Nova Jerusalém que desce do céu não é cidade de pedra, argamassa, tijolos, terra e madeira. É a Lei de Deus que desce do céu e é chamada nova, pois é claro não ser a Jerusalém de pedra e terra a que desce do céu e é renovada. O que se renova é a Lei de Deus.

Compara-se a Lei de Deus também a uma esposa ataviada, que aparece com os mais belos adornos, como está escrito no capítulo 21 do Apocalipse de S. João: “E eu, João, via Cidade Santa, a Jerusalém nova, que da parte de Deus descia do céu, adornada como uma esposa ataviada para seu esposo”. E no capítulo 12, versículo 1, se lê: “E apareceu uma grande maravilha no céu: uma mulher vestida do sol, que tinha a lua debaixo de seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça”. Esta mulher é aquela esposa, a Lei de Deus que desceu sobre Maomé. O sol que era sua vestimenta e a lua debaixo de seus pés, são as duas nações abrigadas à sombra desta Lei – os reinos da Pérsia e da Turquia, pois o emblema da Pérsia é o sol, e o da Turquia a lua crescente. Assim o sol e a lua são os emblemas de dois reinos sob o domínio da Lei de Deus. E depois diz: “Sobre sua cabeça está uma coroa de doze estrelas”. Essas doze estrelas são os doze Imames que promoveram a Lei de Maomé e educaram o povo, brilhando como estrelas no céu da orientação.

Diz então o segundo versículo: “E estando prenhada, clamava com dores de parto”, o que significa que esta Lei caiu nas maiores dificuldades, sofrendo severas tribulações e angústias até trazer à luz uma progênie perfeita, isto é, o Manifestante que viria, o Prometido, ou seja a progênie, criada no regaço desta Lei, a qual é como sua mãe. A criança aqui mencionada é o Báb, o Primeiro Ponto, que de fato nasceu da Lei de Maomé. Isto é, a Santa Realidade, que é o filho, o fruto, da Lei de Deus, sua mãe, e é prometida por essa religião, vem a existir no reino dessa Lei, mas por causa do despotismo do dragão, o filho foi arrebatado para Deus. Após mil duzentos e sessenta dias, o dragão foi destruído, e o filho da Lei de Deus, o Prometido, manifestou-se.

Versículos 3 e 4: “E apareceu uma grande maravilha no céu, e eis aqui um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez cornos, e nas suas cabeças sete diademas. E a causa dele arrastava a terça parte das estrelas do céu, e as fez cair sobre a terra”. Estes sinais fazem alusão à dinastia dos Umayyads, que dominaram a religião maometana. Sete cabeças e sete diademas significam sete países e domínios sobre os quais os Bani-Umayya tinham poder: a saber, o domínio romano em volta de Damasco, e os domínios da Pérsia, da Arábia e do Egito, juntamente com o domínio da África – isto é, Tunísia, Marrocos e Algéria, o domínio da Andalusia, o qual é agora Espanha e o domínio do Turquestão e da Transoxânia. Os Bani-Umayya tinham poder sobre estes países. Os dez cornos referem-se aos nomes dos dez regentes de Umayyad: isto é, sem repetição, houve dez nomes de regentes, ou de comandantes e chefes, sendo o primeiro Abu Sufian e o último Marwan, mas há mais de um com o mesmo nome. Assim, há dois Mu´awia, três Yazid, dois Walid e dois Marwan. Se, porém, os nomes fossem contados sem repetição, haveria dez. Os Bani-Umayya, o primeiro dos quais foi Abu Sufian, Amir de Meca e chefe da dinastia dos Umayyads, e o último dos quais foi Marwan, destruíram a terça parte do povo santo da linhagem de Maomé, que se assemelhava às estrelas do céu.

Versículo 4: “E o dragão parou diante da mulher que estava para partir, a fim de tragar o seu filho logo que ela o tivesse dado à luz”. Como já explicamos, esta mulher é a Lei de Deus. O dragão estava perto da mulher para devorar seu filho, o qual era o prometido Manifestante, fruto da Lei de Maomé. Os Bani-Umayya sempre esperavam apoderar-se do Prometido, que viria da linhagem de Maomé, a fim de destruí-Lo e exterminá-Lo, pois muito receavam eles o aparecimento do prometido Manifestante, e tentavam matar qualquer um dos descendentes de Maomé que fosse muito estimado.
Versículo 5: “E pariu um filho varão, que havia de reger todas as gentes com vara de ferro”. Este grande filho é o prometido Manifestante nascido da Lei de Deus e nutrido no regaço dos ensinamentos divinos. A vara de ferro é símbolo de poder e grandeza, e não uma espada – que significa que ele, com o poder divino, será o pastor de todas as nações da terra. Este filho refere-se ao Báb.
Versículo 5: “E seu filho foi arrebatado para Deus e para Seu trono”. É uma profecia a respeito do Báb, que ascendeu para o reino celestial, para o Trono de Deus e o centro de Seu Reino. Consideremos como tudo isso corresponde aos acontecimentos.

Versículo 6: “E a mulher fugiu para o deserto”: isto é, a Lei de Deus fugiu para o deserto – o vasto deserto de Hijaz, e a Península Árabe; “onde tinha um retiro que Deus lhe havia preparado”; a Península Árabe veio a ser a habitação e o centro da Lei de Deus; “para que lá a sustentassem por mil e duzentos e sessenta dias”. Na terminologia do Livro Sagrado, estes mil e duzentos e sessenta dias significam os mil e duzentos e sessenta anos em que a Lei de Deus estava estabelecida no deserto da Arábia, no grande deserto. Daí veio o Prometido. Após mil e duzentos e sessenta anos, deixará essa Lei de exercer sua influência, pois o fruto da Árvore terá aparecido – o resultado se terá tornado manifesto.

Consideremos como os profetas estão de acordo. No Apocalipse, o tempo marcado para o aparecimento do Prometido é após quarenta e dois meses, enquanto Daniel o assinala como três tempos e meio, o que também significa quarenta e dois meses, ou sejam mil duzentos e sessenta dias. Em outra passagem do Apocalipse de S. João, se refere a isto claramente como mil e duzentos e sessenta dias, e o Livro Sagrado diz ser cada dia um ano. Nada poderia ser mais claro do que esta harmonia entre as profecias. O Báb apareceu no ano de 1260 após a Héjira de Maomé, o que marca o começo da era islamítica, segundo o cálculo universal. Não existem nos Livros Sagrados provas mais claras que estas para qualquer Manifestante. Para quem é justo, a prova mais concludente está no fato de estarem aqueles grandes Seres de pleno acordo a respeito do tempo. Não é possível outra qualquer interpretação dessas profecias. Bem-aventuradas as almas justas que buscam a verdade. Onde não há justiça, porém, verificam-se ataques, disputas e aberta refutação da evidência. Assim os fariseus, ao manifestar-se Cristo, refutaram com a maior obstinação Suas explicações e as de Seus discípulos, obscurecendo-Lhe a Causa aos olhos do povo ignorante com sua alegação de não se referirem essas profecias a Jesus mas, sim, ao Prometido que deveria vir mais tarde, segundo as condições mencionadas na Bíblia. Algumas destas condições foram: “Ele deveria ter um reino, estar sentado no trono de David, executar a Lei da Bíblia, e manifestar tamanha justiça que o lobo e o cordeiro se juntassem na mesma fonte.

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