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A INVESTIGAÇÂO DA REVELAÇÃO DE BAHÁ'U'LLÁH

Postado por Baha'í em Sep 12, '06 2:38 PM para todos
 
A investigação em busca da Verdade, como um passo essencial na vida de qualquer ser humano. Investigar a Fé Bahá'í para se ter certeza dessa crença para a vida, é sem dúvida uma atitude benquista antes que dúvidas lhe afastem dessa fé.

John E. Esslemont, em seu livro Bahá'u'lláh e a Nova Era, enfatiza a questão:
"A ninguém Bahá'u'lláh pediu para aceitar cegamente Suas asserções e sinais. Ao contrário, antes de tudo, nos Seus ensinamentos fez enfáticas advertências contra a cega sujeição à autoridade e exortou a todos que abrissem seus olhos e ouvidos e fizessem uso do próprio juízo, independente e destemidamente, a fim de certificarem-se da verdade. Aconselhou Ele a mais completa investigação, jamais Se ocultando, e apresentou, como provas supremas de Sua condição de Profeta, Suas palavras e ações, e os efeitos destas na transformação do caráter e da vida do homem. As mesmas provas foram estabelecidas pelos Seus grandes predecessores. Disse Moisés:
"Quando o profeta tiver falado em nome do Senhor, se o que ele disse não se realizar, é que essa palavra não veio do Senhor. O profeta falou presunçosamente. Não o temas." - Deut. 18:22

Cristo estabeleceu Sua prova com igual clareza, usando-a em apoio a Sua própria pretensão. Disse Ele:
"Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós com vestidos de ovelhas e por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Porventura os homens colhem uvas dos espinhos ou figos dos abrolhos? Assim toda a árvore boa dá bons frutos, e a má árvore dá maus frutos... Assim, pois, pelos frutos deles os conhecereis." - Mateus 7:15-20 "

Há, claro, atitudes individuais, que devem ser levadas a cabo. É importante o desejo sincero de reconhecer esta Verdade, como também um coração puro, isento de preconceitos e vãs imaginações, uma mente aberta nos é necessária.
Em um livro chamado Os Sete Vales, Bahá'u'lláh escreve, através de uma tradição mística dos poetas sufis a jornada de um verdadeiro buscador a procura do caminho da iluminação. Entre os Sete Vales, o primeiro passo, como não poderia deixar de ser, é o Vale da Busca. Bahá'u'lláh escreve:

"O corcel desse Vale é a paciência; sem a paciência o peregrino dessa jornada não chegará a parte alguma e não atingirá nenhum alvo. Jamais deveria ele desanimar; ainda que se esforce por cem milhares de anos e, contudo, não logre contemplar a beleza do Amigo, nem assim deveria vacilar. Pois os que buscam a Caaba (13) de por Nós, regozijam-se nas boas novas de:Em Nossos caminhos Nós o guiaremos.(14) Eles, em sua busca, se têm empenhado fortemente em servir, procurando a todo momento viajar do plano da negligência para o reino do ser. Laço algum os há de impedir, nem conselho os deterá.
Incumbe a esses servos purificar o coração - manancial que é de tesouros divinos - de toda mácula, e afastar-se da imitação, a qual consiste em seguir nas pegadas dos pais e antepassados, assim como precisam fechar a porta da amizade e da inimizade para com todos os povos da terra. (15)

Nessa jornada, o peregrino alcança uma condição em que vê todas as coisas criadas vagando aturdidas em busca do Amigo. Quantos Jacós verá ele em busca de seu próprio José! Contemplará muitos apaixonados a se apressarem em busca do Bem-Amado; testemunhará um mundo de seres ardorosos buscando o Desejado. A todo momento encontra ele um assunto ponderoso, a toda hora torna-se consciente de um mistério; pois já se afastou de ambos os mundos e partiu em diração à Caaba do Bem-Amado. A cada passo o apoio do Reino Invisível assistí-lo-á, e mais ardente se tornará sua busca.

Deve-se julgar a busca pelo padrão do Majnún(16) do Amor. Conta-se que, um dia, encontraram-no ocupado em peneirar o pó, enquanto lhe corriam as lágrimas. Perguntaram-lhe: Que fazes?, ao que respondeu: Busco Laylí! Ai de ti!, exclamaram, Laylí é de puro espírito e tu a buscas no pó! Disse-lhes: Eu a busco em toda parte; quiçá em algum lugar em possa encontrar.
Sim, embora para os sábios seja vergonhoso procurar no pó o Senhor dos Senhores, isso, no entanto, indica intenso ardor na busca. Quem com zelo algo procura, haverá de encontrá-lo.(17)
O verdadeiro buscador nada procura senão o objeto de sua busca, e o apaixonado nenhum desejo nutre salvo a união com o objeto de seu amor. E jamais o buscador atingirá seu objetivo a menos que sacrifique todas as coisas. Ou seja, tudo o que tiver visto e ouvido e entendido deverá ser posto de lado, a fim de que ele possa entrar no reino do espírito, o qual é a Cidade de Deus.(18) Esforço é mister se quisermos procurá-Lo; imprescindível é o ardor para podermos sorver do mel da reunião com Ele; e se desse cálice provarmos, rejeitaremos o mundo.

Nessa jornada o viajante habita em todas as terras, reside em todas as regiões. Em todo semblante procura ele a beleza do Amigo; em cada país busca o Bem-Amado. Associa-se a todos os grupos e procura a companhia de cada alma, a fim de talvez poder descobrir em alguma mente o segredo do Amigo, ou em alguma face contemplar a beleza do Amado.

E, se pela ajuda de Deus, encontrar nessa jornada um sinal visível do Amigo invisível, e inalar do mensageiro celestial a fragrância de José(19) há muito perdido, entrará de imediato no VALE DO AMOR (...)"

Poderia alguém perguntar, por que isso? Por que devemos ter tanto zelo para compreender uma Verdade? Porque uma verdade como essa não pode ser algo estático, esse não é o conceito de verdade. Uma descoberta espiritual deve criar raízes em nossos corações, transformar nossa condição e percepção, do contrário teremos adquirido apenas um conhecimento científico e lógico. É digno para Deus quando o buscamos e O encontramos, mais digno ainda certamente o é quando O amamos e O obedecemos, certamente é isto que Ele deseja de Seus servos.

Percebamos, pois, quando Cristo se revelou. Era sabido na época, que os judeus oravam de coração para a vinda do Messias, procuravam em toda a parte o sinal de uma Nova Revelação, muitos possuiam conhecimento abundante sobre as antigas profecias. No entanto, como sabemos, muitos desses judeus negaram Jesus, não viram nEle os sinais dAquele Messias prometido, ainda que possuíssem todo esse conhecimento. Talvez, se com coração puro e etéreo tivessem perguntado a Cristo ou a Seus seguidores onde estão os sinais do Messias?, teria Cristo respondido e reavivado essa alma aturdida. O mesmo se aplica aos outros Manifestantes Divinos.
Importante ainda notarmos o mesmo que o próprio Cristo se referiu: Assim, pois, pelos frutos deles os conhecereis. Pode um Manifestante de Deus se revelar e nenhum fruto produzir na árvore da humanidade? Fossem todas as profecias anteriores esquecidas, deixaríamos de reconhecer um Manifestante da Verdade? O sol, por exemplo, não precisa de aviso para sabermos que ali está o sol, basta abrirmos a janela e verificar; a própria essência do sol é ele mesmo. Assim temos ainda, além de profecias, outros meios de provar essa Revelação: pelos frutos - como nos disse Cristo.

As profecias e os frutos serão adicionados posteriormente em uma segunda parte de 'A Investigação'.

Abraços a todos!